O Dr. Miguel Stanley partilha a sua visão sobre o futuro da medicina dentária digital no exocad Insights 2024

Manter-se na vanguarda da inovação e dos cuidados com os pacientes exige paixão, dedicação e um compromisso com a aprendizagem e a mentoria. Durante o exocad Insights 2024, o Dr. Miguel Stanley, director da White Clinic em Lisboa, Portugal, não só destacou a sua evolução pessoal na medicina dentária - ultrapassando desafios e abraçando avanços tecnológicos como o diagnóstico digital - como também reflectiu sobre o seu desejo profundo de inspirar a próxima geração.

Com base numa procura inabalável pela qualidade e numa abordagem sobre os cuidados prestados aos pacientes, o seu percurso toca muitos, tendo um impacto profundo na forma como a medicina dentária é praticada e percepcionada. Nesta entrevista durante o evento, aprofundou o potencial transformador da medicina dentária digital, incluindo a forma como está a utilizar a tecnologia para reintegrar a medicina dentária na medicina, e partilhou princípios e práticas de gestão do stress para apoiar os dentistas.

Dr. Stanley, é um líder de opinião e um orador muito procurado, e os pacientes vêm de todo o mundo à White Clinic para fazer tratamentos. Em muitos aspectos, é um pioneiro da medicina dentária e dos cuidados de saúde em geral. Que influências importantes fizeram de si quem é?

Olhando para trás, houve muitas influências diferentes ao longo dos anos. O meu pai era um homem profundamente honesto. Valorizava os princípios e a ética acima de tudo. Penso que os nossos valores devem estar sempre antes dos negócios e do dinheiro. Tive uma educação católica forte; ensinavam-nos a ter valores morais. Não estou a falar de religião, mas de ter um código de ética. Venho de um meio muito conservador e isso também influenciou a minha forma de ver o mundo.

Diria que alguns dos meus maiores mentores em medicina dentária foram os médicos Maurice Salama e David Garber. Há quase 20 anos, assisti a uma palestra do Dr. Sascha Jovanovic e ele mexeu com a minha maneira de pensar. Espero poder fazer o mesmo pelas novas gerações de dentistas e inspirá-las.

As minhas experiências, incluindo traumas, fracassos e influências negativas, moldaram-me significativamente. Deparei-me com muitas tendências da indústria que não são apoiadas pela ciência, o que me ensinou a importância de aderir aos princípios fundamentais. É em parte por isso que optei por não expandir e ter uma rede de clínicas; prefiro manter o controlo para garantir a melhor qualidade em termos de cuidados para os meus pacientes. Na White Clinic, são as pessoas dedicadas, e não a marca, que definem o nosso sucesso.

Porque sente a necessidade de partilhar o seu conhecimento e aquilo que considera importante na medicina dentária? Isto é motivado pela sua paixão por aquilo que faz ou é mais do que isso?

Toda a gente gosta de ser reconhecida pelo que faz, de ser valorizada e estimada. Dei a minha primeira palestra em 2002. Naquela altura, quando se era convidado para dar uma palestra, não havia redes sociais. Era uma oportunidade para falar de ciência e de partilhar uma ideia e, claro, sentimo-nos valorizados. Lá no fundo, sou músico e sempre gostei de entreter e sinto-me confortável numa multidão. Acho que falar em público despoletou o meu gosto por estar em palco e entreter outras pessoas.

Hoje em dia, tenho o privilégio de ter esta plataforma, mas mesmo assim, sempre que termino a minha apresentação, saio do palco e chateio-me comigo próprio devido às coisas que me esqueci de dizer. Não encaro este privilégio como garantido e dedico muito tempo e reflexão às minhas palestras.

De certa forma, é como ser um alpinista, onde cada cume é um desafio, ou um surfista, para quem cada onda é diferente. Cada palestra é única porque o público é único e o feedback é único. Para mim, é uma arte em si manter um público envolvido. Ao manter o público envolvido, espero inspirá-lo e ter um impacto profundo na vida dos seus pacientes. Por isso, é uma responsabilidade que assumo com enorme comprometimento e com um forte sentido de ética e de princípios, devido aos meus valores. Faço-o hoje em dia porque se conseguir inspirar um único dentista a fazer algo melhor, a voltar atrás e a melhorar as suas competências, a forma como faz as coisas, então a vida dos seus pacientes também será afectada por isso. Penso que, dessa forma, tive um pouco de impacto no sector e estou contente com isso.

Dada a sua experiência e o foco da sua palestra no exocad Insights sobre o poder das representações virtuais de pacientes na medicina dentária – avatares, como lhes chamou – pode explicar como é que as ferramentas digitais estão a transformar os processos de diagnóstico e de planeamento de tratamentos na medicina dentária?

Para os dentistas mais jovens, habituados às ferramentas digitais, a transição pode parecer simples. No entanto, para os dentistas da Geração X e dos baby boomers, criados com técnicas analógicas – como tirar moldes, enviá-los e esperar pelo trabalho dentário final – havia normalmente pouca comunicação com o laboratório. Esta falta de controlo sobre o processo pode levar a uma frustração significativa devido à dependência de factores externos difíceis de gerir.

Empresas como a exocad desenvolveram esta ferramenta extraordinária que nos permite ver o futuro. Todos sabem que o AutoCAD é uma das principais ferramentas para o desenho de arquitectura. Da mesma forma, o exocad é o software para desenhar dentes. Existe uma semelhança absoluta entre a construção de uma casa e a construção de um novo sorriso. Primeiro, é necessário estabelecer os alicerces, o que requer um levantamento do local, o que em medicina dentária se traduz no exame intra-oral, no exame CBCT, no exame facial e no rastreio dinâmico dos movimentos. O exocad agrega o conteúdo de todos estes ficheiros para criar um avatar. Os pacientes e os médicos podem ver tudo isto, o que permite evitar complicações no tratamento, virtualmente, mesmo antes de o iniciar.

Quando os alinhadores surgiram no final dos anos 90, o conceito era endireitar os dentes com uma modalidade de tratamento extraordinária! Quase três décadas depois, temos a capacidade de desenhar sorrisos, envolvendo processos de pensamento muito complexos, de forma virtual. Seleccionamos cuidadosamente os materiais mais apropriados, determinamos a sequência ideal para cada fase, compreendemos o momento exacto para cada passo e, em seguida, integramos tudo eficientemente para alcançar os resultados desejados. A vantagem do software é que podemos monitorizar cada fase, podemos fazer controlos de qualidade e podemos comunicar e interagir com todos aqueles que estão a ver a mesma coisa.

A sua palestra no exocad Insights 2024 centrou-se na intersecção entre tecnologia, envolvimento do paciente e resultados clínicos. Como é que vê eventos como o exocad Insights a contribuir para o avanço da medicina dentária digital e a melhorar a colaboração entre os profissionais de medicina dentária?

Bem, a beleza do exocad é que é uma plataforma aberta. Funciona independentemente do scanner que temos, do dispositivo de CBCT que temos, dos tipos de materiais com os quais trabalhamos, da impressora 3D que usamos ou da fresadora com a qual trabalhamos. Esta mentalidade de plataforma aberta é linda; é universal – e por isso, tenho grande respeito por ela. É o software mais democrático que existe. Graças a este software, o paciente também pode participar no seu próprio tratamento. É uma ferramenta para o paciente, para o dentista, para o laboratório, para o proprietário do consultório ou da empresa e até para o fabricante; é um conector na indústria.

Encontros como o exocad Insights, onde podemos colaborar e estabelecer contactos, são importantes porque as empresas comerciais podem participar e mostrar o seu software, hardware, soluções e produtos. Está aberto a todos porque todos podem trabalhar com tudo o que é oferecido e permite que dentistas de todos os quadrantes partilhem e se envolvam com a sua forma de fazer as coisas, ao seu próprio ritmo, e de acordo com o seu próprio orçamento.

Qualquer dentista que pretenda obter informações sobre o futuro da indústria nos próximos três a quatro anos, especialmente aqueles que estão a considerar decisões ou investimentos importantes, deve participar neste evento. Não se trata apenas de mais um congresso de medicina dentária; é uma oportunidade educativa crucial que reúne algumas das mentes mais brilhantes da área. Este é um encontro muito, muito bom para dentistas, técnicos de laboratório e empresários se reunirem, e eu recomendo-o a toda a gente.

Como pioneiro na implementação clínica de tecnologia avançada, é provável que tenha assistido a mudanças significativas na prática dentária ao longo dos anos. Como é que imagina a evolução do papel das ferramentas digitais num futuro próximo e que impacto prevê que estes avanços terão nos cuidados prestados aos pacientes?

Na minha apresentação para o exocad Insights, mostrei um vídeo de uma entrevista que fiz com o Dr. Howard Farran em 2015, em Nova Iorque, onde comecei por dizer que, no futuro, seria o paciente a decidir. As revoluções lideradas pelos consumidores têm sido uma tendência de longa data na maioria dos sectores. Imagine isto a acontecer na medicina dentária. É claro que os pacientes não se podem tratar a si próprios, mas e se déssemos aos pacientes ferramentas para tomarem decisões mais bem informadas?

Actualmente, os pacientes escolhem os dentistas com base na localização, custo, acessibilidade e recomendações – critérios que carecem de base científica. No entanto, todos procuram os melhores cuidados. Imagino um futuro em que os pacientes não vão aos dentistas para fazer os primeiros exames, mas sim a um centro de exames. Aí, poderão realizar exames completos, como o CBCT, panorâmicos e faciais, integrados com o rastreio dinâmico dos movimentos. Após a visita, os dados serão carregados para a nuvem, onde será criado um plano de tratamento biológico, concebido eticamente. O paciente receberá então recomendações para um dentista com base na experiência do médico, na tecnologia disponível para o dentista e no feedback do utilizador. Esta abordagem irá revolucionar a aquisição de pacientes, passando das tradicionais referências para um sistema orientado pelo feedback da inteligência artificial (IA).

Muitos técnicos de laboratório em todo o mundo enfrentam um problema comum: recebem digitalizações de má qualidade dos dentistas, mas espera-se que trabalhem com as mesmas, uma vez que há pouca esperança de melhorar as digitalizações. Esta situação não é a ideal e os pacientes merecem estar cientes desse facto. Prevejo uma mudança impulsionada pelos próprios pacientes, revolucionando a forma como escolhem os seus dentistas. Com os avanços da tecnologia e da IA, esta mudança é iminente. Estou ansioso por liderar esta revolução, dando aos consumidores a possibilidade de tomarem decisões informadas sobre os seus cuidados dentários.

O seu trabalho com a Slow Dentistry Global Network dá ênfase à experiência do paciente e à segurança durante as consultas dentárias. Como é que vê a integração da medicina dentária digital alinhada com os princípios da Slow Dentistry e a melhoria do percurso global do paciente nos cuidados dentários?

As pessoas podem pensar que a Slow Dentistry consiste em trabalhar muito lentamente. Não é. Trata-se de ter tempo no fluxo de trabalho diário para fazer as coisas correctamente. Se estiver a atender 20-30 pacientes por dia, não terá tempo para desinfectar correctamente a sala, por exemplo. A realização correcta de um exame intra-oral pode demorar 15 ou 20 minutos, dependendo do caso, ao passo que uma impressão de silicone tradicional pode demorar 5 minutos, pelo que, tecnicamente, é mais rápido realizar uma impressão de silicone do que um exame intra-oral. Demora, digamos, 5-8 minutos a fazer um exame CBCT e 30 minutos a interpretá-lo. Um exame facial pode demorar segundos, mas é necessária uma hora para o integrar no exocad. Temos de ter tempo no nosso fluxo de trabalho para utilizar estas tecnologias. O tempo é um bem muito pouco valorizado nos cuidados dentários e não somos pagos por ele. Pagam-nos pelo resultado, não pelo processo de pensamento que está por detrás do resultado. Porque é que os dentistas e os técnicos de laboratório não são valorizados pelo seu tempo de reflexão? Penso que esta é outra mudança que tem de ser feita em termos de consumidores. Deveríamos ser pagos pelo tempo que necessitamos para obter os melhores resultados, tal como os médicos. A Slow Dentistry apoia os dentistas.

Ser um dentista digital implica uma aquisição e um processamento de dados significativo. Por exemplo, a criação de um avatar requer um ficheiro de um exame intra-oral, um ficheiro de um CBCT, um ficheiro de um exame facial e um ficheiro dos movimentos dinâmicos, e pode demorar cerca de uma hora e meia só para recolher esses dados. Posteriormente, temos de integrar estes ficheiros na plataforma exocad e analisar os dados, o que prolonga o processo em algumas horas. Dadas estas exigências de tempo, não é aconselhável apressarmo-nos. Abraçar a Slow Dentistry é essencial para qualquer dentista que pretenda destacar-se no domínio digital, o que pode exigir a contratação de pessoal adicional ou a atribuição de mais tempo a cada paciente.

O que o leva a abraçar um novo projecto, a embarcar numa nova aventura, na medicina dentária?

Este é o meu passatempo. Conhece a expressão “Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida”? Vamos olhar para o Cristiano Ronaldo, uma pessoa que tenho o privilégio de conhecer há já muitos anos. Tem todo o dinheiro do mundo. Porque é que ele ainda joga futebol? Porque quando joga, adora. É tão simples quanto isso. O que me move é o facto de querer mudar o mundo. Ninguém me pediu para o fazer. Não tenho qualquer obrigação de o fazer. Seria muito mais fácil para mim manter-me na minha faixa e trabalhar apenas na minha clínica e concentrar-me no meu negócio. Gosto de ligar os pontos e, por isso, chateia-me ouvir “Não és médico, és apenas dentista”.

A indústria médica vê os dentistas como mecânicos, e os dentistas, infelizmente, podem inadvertidamente apoiar isso, concentrando-se no alinhamento dos dentes, no branqueamento dos dentes e na sua forma e função. Pensei no que poderíamos fazer para mudar isso. Durante a pandemia, compreendi a importância da inflamação. As pessoas estavam a morrer devido à inflamação e eu comecei a estudar tudo isto com a minha equipa. Tenho uma dentista brilhante na minha equipa, a Dra. Ana Paz, que faz muita investigação sobre este assunto. Estávamos constantemente a desafiar-nos uns aos outros, a inspirar-nos, a aprender, a investigar e depois a testar, a ir ter com algumas das mentes mais brilhantes do mundo e a analisar esta ligação. Um dia, apercebemo-nos: o maxilar faz parte do sistema imunitário e os dentes também estão ligados ao cérebro. Por isso, não se trata apenas de ter um sorriso saudável, mas sim de ter dentes saudáveis.

Também temos de ter em conta uma medula óssea saudável. “Medula óssea”, “maxilar”, “inflamação” e “citocinas” são termos que os imunologistas e os médicos compreendem. Perguntei-me se esta poderia ser uma forma de estabelecer uma ligação com a indústria médica e fazer com que os médicos prescrevessem tratamentos dentários – porque normalmente não o fazem. Um paciente pode ter cancro e o seu médico pode não saber que este pode estar relacionado com um quisto oral. Decidi usar a minha plataforma para fazer com que a medicina dentária voltasse a integrar a medicina convencional.

Isso leva-me a uma pergunta que lhe queria fazer, relacionada com a sua nova paixão, a medicina dentária biológica, e o seu impacto na saúde sistémica. O seu objectivo é então voltar a ligar a medicina dentária à medicina?

Estou tão apaixonado por isto, e frustrado ao mesmo tempo, que desenvolvi um programa baseado em IA chamado Missing Link. O objectivo é utilizar uma radiografia panorâmica existente, que muitas pessoas possuem, para apoiar médicos e pacientes que procuram respostas e não as conseguem obter. Sabemos que a maioria dos médicos está sobrecarregado de trabalho e que os sistemas de saúde estão sobrecarregados. Mesmo nos países ricos, é difícil conseguir um bom médico que passe tempo connosco. E se o elo que falta nos cuidados de saúde for a medicina dentária? O médico pode analisar a radiografia panorâmica do paciente muito rapidamente utilizando o Missing Link para detectar qualquer inflamação no maxilar. O paciente pode não se aperceber de uma inflamação de baixo grau, especialmente se não tiver dores, o que nem sempre é o primeiro sintoma de um problema. O Missing Link fornece um rastreio e não um diagnóstico.

Então o Missing Link é dirigido a médicos e não a dentistas?

Sim, dirige-se aos médicos. Com base nos resultados do Missing Link, o médico encaminha o paciente para um dentista para obter um diagnóstico e tratamento adequados. Desta forma, o Missing Link irá gerar um conjunto totalmente novo de pacientes para a comunidade dentária. O dentista também pode querer utilizar o Missing Link com os seus próprios pacientes para confirmar os seus resultados.

Desenvolvemos esta plataforma para a comunidade médica, com o objectivo de fornecer uma justificação clara para as consultas dentárias. Utilizando a IA, ajuda os médicos a demonstrar a necessidade de diagnósticos específicos, como tomografias computadorizadas, melhorando assim a compreensão e a cooperação por parte do paciente. Tradicionalmente, os radiologistas utilizam processos semelhantes para identificar fracturas que requerem cirurgia. A nossa ferramenta preenche uma lacuna crucial na comunicação dos cuidados de saúde, facilitando os pedidos de diagnóstico detalhado e de acompanhamento entre dentistas e outros profissionais de saúde.

Como é que gere tudo o que faz, mantendo-se são e equilibrando a vida profissional e pessoal, com tempo para cuidar bem de si? Resumindo, como é um dia na vida de Miguel Stanley?

Em primeiro lugar, tenho uma vida familiar muito estável. Em segundo lugar, tenho uma vida social muito limitada. Em terceiro lugar, tenho uma equipa incrível de pessoas a trabalhar comigo. Tenho 48 pessoas na White Clinic, só temos sete salas de tratamento e não trabalhamos ao fim-de-semana.

Só vou a cerca de 12 conferências internacionais por ano e escolho cuidadosamente aquelas nas quais quero participar. Certifico-me de que vou a eventos onde posso ter um grande impacto e mudar a vida das pessoas ou, pelo menos, dar-lhes novas perspectivas.

O meu dia começa às 6:00 da manhã. Como sou cirurgião, não fumo e não bebo álcool. O nível de concentração que necessito para as minhas cirurgias é como o de um jogador de xadrez ou de um atleta. Preciso de estar completamente concentrado durante um longo período de tempo. Comecei a fazer jejum há cerca de sete anos. Uma das chaves para a longevidade é o jejum. Já sabemos disto desde o tempo de Hipócrates. Nunca tomo o pequeno-almoço e, duas a três vezes por semana, só janto. Isto permite que o corpo entre em cetose, o que nos dá uma concentração e clareza extraordinária. Utilizo conhecimentos integrativos antigos para manter o meu corpo muito saudável. Durmo bem e monitorizo o meu sono.

Trato o meu trabalho como um dever religioso; é uma coisa muito sagrada para mim. Quando chego ao trabalho de manhã, tenho de estar concentrado, descansado e pronto para o meu compromisso de ajudar os meus pacientes a recuperar. Não é apenas um trabalho, é uma missão.

Quanto mais velho fico, mais me empenho em ter uma mente sã num corpo são. Por isso, quando vou para casa, desligo o telemóvel e é tempo de estar com a família. Preciso de me concentrar no que é importante. Também posso dizer, mesmo que as pessoas não acreditem realmente nisso, que estou onde quero estar, é um luxo poder decidir isso, e não tento agradar ninguém.

Já disse que a medicina dentária é uma das profissões mais stressantes. Pessoalmente, como é que gere o stress?

Gerir o stress em medicina dentária requer disciplina e uma equipa de confiança, que tenho a sorte de ter. Não trato de tudo sozinho; confio muito nos meus colegas de trabalho. Mantemos uma comunicação constante e partilhamos responsabilidades. Por exemplo, o meu ortodontista está comigo há 22 anos e o meu dentista de restauração estética há 18 anos. Estas relações de longa data contribuem para um sistema de apoio sólido. Além disso, concentrando-me apenas numa clínica e aceitando, de forma selectiva, apenas 30%-40% dos potenciais pacientes, asseguro que nunca nos sobrecarregamos, o que ajuda a manter o nosso ambiente de trabalho controlável e o stress à distância.

Publicado originalmente no Dental Tribune.

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