Fui recentemente entrevistado pela Biotech Dental sobre a importância e o futuro da fotobiomodulação em medicina dentária, e discutimos tudo desde o motivo pelo qual adoptei esta tecnologia na White Clinic e como a equipa a adaptou rapidamente ao nosso fluxo de trabalho, até à forma como os pacientes respondem positivamente a esta incrível tecnologia regenerativa, os protocolos em que a utilizamos e porque acredito que é realmente o futuro dos cuidados de saúde padrão. Espero que goste.
DESCOBERTA E PRIMEIROS PASSOS
Como descobriu a tecnologia ATP38 e a fotobiomodulação em medicina dentária?
Descobri a ATP38 pela primeira vez em 2016, na ExpoDental em Madrid. Na altura, nunca tinha visto nada assim – não só em medicina dentária, mas em todo o tipo de cuidados de saúde. Destacou-se como uma peça de tecnologia futurista e clinicamente avançada. Até então, não tinha considerado seriamente a fotobiomodulação como parte da medicina dentária, mas uma experiência pessoal com o dispositivo – que aliviou significativamente uma dor no meu pé após apenas uma sessão – deixou-me curioso. Esse momento levou-me a aprofundar a vertente científica, e o que encontrei era sólido, credível e alinhado com os princípios da medicina regenerativa. Esta foi, de facto, a primeira tecnologia regenerativa avançada que adquirimos para a White Clinic. Fiquei tão impressionado com a diferença que fez na recuperação pós-operatória que se tornou o catalisador para explorar o que mais havia por aí. Desde então, integramos a oxigenoterapia hiperbárica, a crioterapia e outras tecnologias integrativas – tudo com o objectivo de potenciar a recuperação, reduzir a inflamação e melhorar os resultados clínicos. Concluindo, temos claramente uma vantagem competitiva sobre a maioria das clínicas da região.
É também um verdadeiro testemunho da visão do Sr. Philippe Vèran, fundador da Biotech Dental, o facto de ter adquirido esta tecnologia há quase uma década. A sua visão de expandir a medicina dentária para além da mecânica e para um modelo médico verdadeiramente integrador continua a inspirar-me até hoje.
O que o motivou a integrar esta tecnologia na sua prática diária?
Na White Clinic, estamos profundamente empenhados na reabilitação oral avançada e na medicina dentária regenerativa e biológica. Assim que compreendi como a fotobiomodulação apoia a produção de ATP, estimula a cicatrização e reduz a inflamação pós-operatória, foi um passo natural. Já nos concentrávamos em protocolos minimamente invasivos, pelo que acrescentar uma ferramenta que melhorasse a cicatrização natural enquadrava-se perfeitamente na nossa filosofia. É realmente uma revolução quando aplicada à medicina dentária.
Além disso, à medida que comecei a observar a diferença dramática na forma como os nossos pacientes respondiam à cirurgia com a ATP38 em comparação com o que acontecia antes de a termos, tornou-se claro: isto não era apenas complementar – era transformador. Isso levou-nos a procurar, para além da medicina dentária, tecnologias que pudessem apoiar significativamente os nossos resultados e criar um ambiente de cura integrador para os nossos pacientes.
Porque escolheu a ATP38 em vez de outros produtos?
A ATP38 pertence a uma categoria própria. Desde a sua difusão uniforme da luz até à sua capacidade de emitir vários comprimentos de onda e amplo campo de tratamento, proporciona resultados consistentes e de alta qualidade – e isso é fundamental na medicina dentária clínica. É também incrivelmente versátil e fácil de utilizar, o que a torna ideal para uma clínica multidisciplinar como a nossa. Artigos da NASA, remontando a 2001, discutem os benefícios desta tecnologia. Além disso, devo acrescentar que é fabricada na Suíça, o que obviamente tem um peso enorme quando se trata de excelência no fabrico.
Actualmente, temos 3 unidades a funcionar diariamente nas nossas 7 cadeiras dentárias. Está tão integrada no nosso fluxo de trabalho que é difícil imaginar praticar medicina dentária sem ela. E do ponto de vista comercial, também vale a pena dizer que se pagou a si própria muito rapidamente. Os pacientes falam sobre ela, pedem-na e recomendam-na aos seus amigos e familiares. Tornou-se uma das ferramentas de marketing mais eficazes que já adoptamos e é um excelente exemplo de tecnologia que proporciona um forte ROI (retorno do investimento) clínico.
APLICAÇÃO CLÍNICA
Em que tipos de patologias/áreas utiliza a ATP38 (implantologia, ortodontia, periodontia, etc.)?
Utilizamo-la extensivamente em vários campos: implantologia, cirurgia oral, periodontia, ortodontia, terapia da ATM (articulação temporomandibular) e em todos os nossos protocolos biológicos e de desintoxicação. Faz também parte da nossa estratégia de apoio sistémico, especialmente para pacientes com doenças inflamatórias crónicas ou doenças auto-imunes.
Para cada indicação, qual é o seu protocolo? Como utiliza a ATP38 (programa, número de sessões, sessões antes ou depois do procedimento, etc.)?
Esta é uma descrição geral dos nossos protocolos:
Implantologia: uma sessão imediatamente após a cirurgia para estimular os tecidos afectados, seguida de 2-5 sessões pós-operatórias para modulação da dor e da cicatrização.
Ortodontia: sessões semanais durante as primeiras 6-8 semanas de tratamento para apoiar o movimento acelerado e reduzir o desconforto.
Periodontia: utilizado em conjunto com terapia não cirúrgica e tratamentos a laser, normalmente com 4-6 sessões.
Disfunção da ATM: 2-3 vezes por semana para gestão dos sintomas e controlo da inflamação, normalmente durante 2 semanas.
Desintoxicação oral/cavitações: uma sessão imediatamente após a cirurgia e pelo menos 4 sessões de acompanhamento na primeira semana.
Obviamente, discutimos isto com o paciente antes de qualquer intervenção. Têm de vir regularmente durante o período pós-operatório, o que nem sempre é possível, mas conseguimos fazê-lo com quase 80% a 90% dos nossos pacientes.
Pode partilhar alguns casos clínicos que se destacaram e em que a ATP38 fez uma diferença significativa?
Existem muitos, uma vez que já utilizamos esta técnica há muitos anos, mas um caso que se destaca foi a de uma paciente com várias doenças auto-imunes que foi submetida a uma cirurgia oral para remover mais de 14 dentes gravemente infectados e sem salvação. No passado, a paciente teve uma cicatrização deficiente e sintomas pós-operatórios significativos. Com a ATP38, a sua recuperação foi tranquila, a inflamação foi mínima e a sua saúde geral melhorou. Mais tarde, disse-nos que foi a primeira vez que se sentiu apoiada na sua recuperação – não apenas tratada. Esta tecnologia desempenhou um papel importante neste caso de sucesso.
Também tratamos alguns atletas que vêm a uma consulta de higiene oral e aplicamos isto nas suas pernas; sentem-se imediatamente melhor e adoram. Por vezes, vêm só por causa disto.
EXPERIÊNCIA DO PACIENTE
Como explica ou recomenda as sessões de fotobiomodulação aos seus pacientes?
Descrevemo-la como uma forma de estimular naturalmente a capacidade de recuperação do corpo utilizando comprimentos de onda específicos de luz. É completamente indolor, não tem efeitos secundários conhecidos e, muitas vezes, substitui ou reduz a necessidade de medicamentos. Quando os pacientes compreendem isto – e muitos já viram que a terapia da luz vermelha é uma tendência na Internet – estão muito receptivos. Felizmente, hoje em dia há mais informação online sobre a terapia da luz, pelo que está a tornar-se mais comum e aceite.
Como e porque é que os seus pacientes estão satisfeitos com a ATP38?
Sentem-se a melhorar mais rapidamente. O desconforto pós-operatório é menor, o inchaço é reduzido e podem regressar à actividade normal mais depressa. É relaxante, funciona e dá-lhes confiança no seu plano de tratamento. Muitos pedem-no activamente – alguns até marcam sessões extra.
Quais são os benefícios da utilização da fotobiomodulação para os seus pacientes?
Acelera a cicatrização, reduz a inflamação, diminui a dependência de medicamentos e melhora a resposta dos tecidos. Para pacientes medicamente sensíveis, pode significar a diferença entre uma recuperação normal e uma recuperação excepcional.
O SEU FEEDBACK
Como e por que razão está pessoalmente satisfeito com a ATP38?
Estou extremamente satisfeito com a ATP38 porque fornece consistentemente valor clínico e comercial. Ajudou a transformar os nossos protocolos cirúrgicos, melhorou os resultados dos pacientes e alinhou-se perfeitamente com a nossa missão de oferecer cuidados biológicos e regenerativos. Foi a nossa porta de entrada para terapias integrativas mais amplas – e estou muito grato por termos investido nela desde o início.
Quais são os principais benefícios para si e para os seus pacientes?
Para mim, é a eficiência clínica e a paz de espírito. Para os pacientes, é a recuperação mais rápida, a redução da dor e a sensação de estarem a ser tratados com tecnologia de ponta. Do ponto de vista empresarial, é uma das poucas tecnologias que serve verdadeiramente a excelência clínica, ao mesmo tempo que oferece um retorno mensurável do investimento.
Observou uma redução notável da dor, da inflamação ou uma cicatrização acelerada?
Sem dúvida. O inchaço é reduzido de forma consistente e a dor é muitas vezes resolvida mais rapidamente do que o esperado. Os prazos de recuperação são encurtados – em alguns casos em 30% a 50% – o que faz uma enorme diferença, especialmente para casos cirúrgicos e pacientes com sistemas imunitários comprometidos. Utilizo-o regularmente em mim próprio como parte de um programa de bem-estar e longevidade.
EXPERIÊNCIA DE INTEGRAÇÃO
Do ponto de vista organizacional, é fácil integrar a ATP38 num fluxo de trabalho clínico diário? Como é que o fez com a sua equipa?
Sim – é surpreendentemente fácil de integrar. Demos formação à nossa equipa clínica desde o início e desenvolvemos protocolos claros sobre quando e como utilizar. Agora é uma vertente padrão dos nossos cuidados pré e pós-operatórios, apoio ortodôntico e protocolos sistémicos. Quando a equipa viu os benefícios, tornou-se uma forte defensora. Agora está tão profundamente integrada que é quase invisível no nosso fluxo de trabalho – é apenas uma forma natural de como cuidamos dos pacientes.
Que conselhos daria a um colega que estivesse a pensar em adoptar a ATP38 na sua clínica?
Comprometa-se. Não a trate como um complemento opcional. Dê formação à sua equipa, integra-a nos seus protocolos e eduque os seus pacientes. Eles vão aceitá-la e verá a diferença. Além disso, não subestime o valor do marketing – os pacientes falam sobre isto, partilham a sua experiência e isso cria confiança na clínica. É raro encontrar uma tecnologia que satisfaça todos os requisitos: clínicos, operacionais e de reputação.
Se fizer apenas uma sessão, nunca obterá os benefícios reais – isto é algo com que tem de conviver e usar todos os dias na sua clínica. Já ouvi alguns críticos dizerem que não funciona, mas quando pergunto quantas sessões fizeram, respondem que apenas uma sessão pós-operatória. Obviamente, isso não é suficiente, por isso, se vir os protocolos que apresentamos, os pacientes têm de vir regularmente.
VISÃO DO FUTURO
Como vê o futuro da fotobiomodulação em medicina dentária nos próximos anos?
Acredito que a comunidade dentária está apenas a começar a compreender o seu potencial. Com o interesse crescente na terapia da luz vermelha entre os biohackers e as clínicas de longevidade – especialmente nas redes sociais – já está a tornar-se uma tendência de bem-estar. Mas a medicina dentária está numa posição única para a adoptar de uma forma clinicamente significativa. À medida que a investigação e a adopção clínica se expandem, a fotobiomodulação tornar-se-á um pilar central dos cuidados dentários regenerativos.
Acredita que se tornará um tratamento padrão?
Sem dúvida. A ciência é forte, os benefícios são claros e a procura está a aumentar. Nos próximos anos, a fotobiomodulação será tão rotineira como os anestésicos ou as radiografias em qualquer clínica com visão de futuro.
CONCLUSÃO
Tem algum conselho ou mensagem para os dentistas relativamente à inovação tecnológica?
Mantenha-se curioso e aberto. A verdadeira inovação não tem a ver com gadgets – tem a ver com transformação. Olhe para além da medicina dentária tradicional e explore o que está a ser feito na medicina, na recuperação desportiva e no bem-estar. É aí que o futuro está a ser construído.
Uma citação ou mensagem-chave sobre a importância de inovar para melhorar os cuidados de saúde?
Eu costumo dizer, “A saúde é a nova beleza”, mas aqui vai: “Não inovamos por inovar – inovamos para melhor servir os nossos pacientes. A verdadeira inovação eleva a recuperação, dá poder às equipas e constrói um futuro para a medicina dentária que é mais inteligente, mais rápido e mais humano.”